Finalmente o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, emérito advogado criminalista, assustado com a violência que assola o país, consegue compreender e admitir o que todos sabiam e até mesmo os criminosos estavam dizendo há muito tempo.
A autoridade dos governantes, delegada legitimamente pelo povo, através de eleições democráticas, não admite vácuos. Qualquer buraco é preenchido imediatamente pela lei do mais do forte.
O que é o estupro, habitualmente praticado por assaltantes, senão a forma mais primitiva de submissão, na posse da fêmea alheia e humilhação do outro macho? O que é a violência gratuita, aquela roleta russa praticada por um assaltante para assassinar um jovem no Rio Grande, ou a bala na virilha uma juíza do Trabalho em São Paulo, que não havia reagido ao assalto, senão uma afirmação de poder arbitrário de quem encontra no bom-mocismo debilóide de determinadas correntes ideológicos, a certeza da impunidade e o convite ao salve-se quem puder?
Pena que o sr. Marcio Thomaz Bastos até agora, como declarou à Veja desta semana, só tenha enxergado a parte que o afetou como ministro da Justiça, diante da violência desencadeada pelo crime chamado organizado. Mas ainda bem que voltou seus olhos para uma distância maior, ao lembrar-se de Montesquieu e o “Espírito das Leis”: não é a virtude dos homens que constrói uma sociedade feliz, mas é a solidez das instituições que inibe os pecados e os impede de desgraçá-la.
Estará aí a abertura do debate para revogar de vez este código feito por rábulas de porta de cadeia que trouxe o Brasil ao caos em que hoje mergulha? Seria um bom tema debate para a presente campanha eleitoral.
segunda-feira, 21 de agosto de 2006
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