Com toda a franqueza, não sei por que tanta alaúza com a roubalheira descoberta em Rondônia. É como se este país fosse um convento: de repente, descobriu-se que Messalina infiltrou-se entre as virginais noviças, para corrompê-las a serviço de Belzebu.
Está bem, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado era o chefe da quadrilha. Qual a novidade de juízes envolvidos em falcatruas?. E o popularíssimo Lalau? E o expertíssimo Rocha Mattos?
Está bem, o presidente da Assembléia Legislativa de Rondônia também era capo da máfia que assaltava os cofres públicos. Grande África: e o trêfego Severino, que teve de sair correndo da Câmara Federal, por estar extorquindo o concessionário de um dos restaurantes da casa? E a vergonheira do acordo para absolver deputados envolvidos no escândalo do mensalão?
Não se discute: o candidato a vice-governador de Rondônia teve de renunciar à candidatura porque, provavelmente, teria de fazer campanha dentro de uma cela da Polícia Federal. Mas, e o ministro da Casa Civil da Presidência da República, saído depressa do cargo, para não arruinar um homem inocente que, pasmem, não sabia o que estava ocorrendo na sala ao lado.
O grande problema é o dos jornalistas que aprenderam a vida toda que o corriqueiro, não – só a anomalia, o aberrante é notícia.
Mas – e aquele homem honesto, o único entre os 24 deputados da Assembléia de Rondônia, cujo nome nem foi destaque nas manchetes? Como se vai noticiar isso - um homem honesto?!?
Não sei a resposta. É falta de prática.
quinta-feira, 10 de agosto de 2006
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