quarta-feira, 23 de agosto de 2006

O grito das ruas - Jayme Copstein

O eleitor vai entender agora porque a batalha pela presidência tanto da Câmara como do Senado é tão encarniçada. As manobras de Aldo Rebello e Renan Calheiros para amorcegar e absolver os delinqüentes de mais um escândalo que choca a Nação, mostra o poder envolvido na disputa.
Se compararmos as gestões de Rebello e Calheiros com a de Severino Cavalcanti, chegamos à conclusão que a mordida no concessionário de um dos restaurantes da Câmara Federal foi mero pretexto para alijá-lo do posto. Se alguém conseguisse gritar de verdade “Polícia” naquele recinto, a debandada dos grandes gatunos, protegidos das respectivas mesas diretoras, esmagaria o simplório e vulgar Severino no mesmo monte de esterco, ao estourar a boiada.
O eleitor conseguiria mais se trocasse os palavrões e desaforos por um redondo “não”, gritado nas ruas. É ele, e tão somente ele, com seu voto na mão, que pode dizer basta aos corruptos e, também e principalmente, aos seus cúmplices.

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