terça-feira, 8 de agosto de 2006

Canto de quero-quero - Jayme Copstein

Na sexta-feira passada circulava na Internet rumor de que o PCC estava prestes a atacar em São Paulo, em ação deliberada, conseqüente à evolução das pesquisas eleitorais. Realmente aconteceu no fim de semana, tirando de foco a reduzida assistência de eleitores a um comício em Minas Gerais, com algo jamais ocorrido antes na história deste país: dois palanques, um para os honestos nem tão honestos, pois não dispensam os votos dos corruptos, estes isolados no segundo palanque.
Como a Internet é terra de todos por ser terra de ninguém, o que, se permitido o trocadilho, põe por terra as utopias do anarquismo, não se deu crédito à advertência, creditada às quizílias eleitorais. Só que o que se pode tomar por denúncia preocupante tirou de foco outras notícia, estas, sim, alarmante, qual seja a da ação de extremistas do MST e similares doutrinando garotos em escolas do Interior do Brasil.
O modelo é semelhante a organizações terroristas do resto do mundo, como o Hizbollah, Farcs, ETA, engajando adolescentes, em versão depurada da Legião Estrangeira, instrumento da França para fazer sangrar a África do Norte, no mais brutal colonialismo que a história dos povos registra. Algumas dessas organizações, cansadas da violência que praticaram por incitamento de potências estrangeiras, acabaram integradas no processo democrático, onde concorrem opondo legalmente suas idéias às de seus antagonistas, como é caso da Grã-Bretanha..
O problema, no caso brasileiro é que o ministro da Justiça é parte da pantomima. Não há como interpretar de outra maneira a sua declaração aos jornais, que se sente amedrontado diante da situação de São Paulo. É confissão de incompetência? Por que não se demite, então, se é incapaz para enfrentar a violência?
Cheira mais a canto de quero-quero. Grita em um lado do campo para esconder o ninho que está bem longe, lá do outro do lado.

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