quarta-feira, 30 de agosto de 2006

As moscas do voto - Jayme Copstein

Elio Gaspari, em seu comentário de hoje na Folha de São Paulo, refere-se a entrevista concedida pelo gaúcho Nelson Jobim, criticando o voto proporcional e pregando o voto de lista.
Era só o que faltava na biografia de Jobim para titular-se PhD de raposão da política brasileira. Ele já tinha a seu crédito – confissão pessoal – textos incluídos na Constituição, sem terem sido votados em plenário. Também, sob pretexto de prevenir arbitrariedades contra políticos, como deputado constituinte incluiu na Constituição, como cláusulas pétreas, fundamentos para a legislação libertina que transformou o país em imenso presídio de gente honesta, tal a impunidade garantida a toda a espécie de criminoso.
Repita-se o que já se disse aqui muitas vezes. O voto de lista é uma arapuca, apresentada como varinha de condão para acalmar o eleitor indignado. É mais uma mudança para não mudar coisíssima alguma.
Já temos o voto de lista. É este mesmo voto proporcional, piorado, porque tira do o eleitor o direito de indicar quem será eleito para os mandatos conquistados pela legenda partidária. A escolha passa aos raposões dos partidos, para perpetuar filhosd, genros, amigos do peito e parceiros de gatunagem.
Voto de lista, financiamento público de campanha – tudo é mero engodo. São as famosas reformas feitas periodicamente para não mudar absolutamente nada. No máximo, trocam-se as moscas. O esterco continua o mesmo.

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