domingo, 2 de agosto de 2009

Em busca de um coletivo - Jayme Copstein

Pois me lembrei desta suposta campanha, sugerida com ar de inteligência, de fechar o Senado para combater a corrupção. E me lembrei ao ler nas página eletrônica de “Contas Abertas” (http://contasabertas.uol.com.br/noticias/detalhes_noticias.asp?auto=2763) a notícia do empenho de 26 mil reais, feito pela Câmara Federal para comprar 4l.800 chaves virgens – aliás, a única coisa virgem imaginável na política brasileira, assim mesmo por curto prazo. O redator da nota, jornalista Leandro Kleber, perplexo pela dificuldade de descobrir para que tanta chave, pergunta qual o respectivo coletivo: molho? Se tivesse experiência na crônica policial, ligaria este emprenho das chaves com outro que também lhe chamou atenção: 7.800 reais para comprar 20 metros cúbicos de “argila expandida em bolinhas: servem pasra modelar gazuas, instrumento de grande valia para nossos amados congressistas exercerem seu maior talento: abrir cofres públicos.

Não há outra explicação. Segundo o deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), presidente da Frente Parlamentar da Saúde (aaaatchim!...), tanta chave (tanta alegria, mais de 180 milhões de palhaços no Brasil, como diria o também mineiro Ataulfo Alves) se justifica porque há, na Câmara Federal, 460 apartamentos funcionais e 513 gabinetes. Fazendo as contas, dá 43 chaves por fechadura.

Para colaborar com o colega Leandro Kleber, procurei no dicionário o coletivo de chaves. Encontrei chavaria, molho e penca. Todos pecando pela modéstia. Por associação de idéias, tanta gazua assim, sugiro que se adote – quadrilha. Parece-me muito adequado.

Klavo, a chave do bem

Por falar em chave, vocês que estão cansados de tanta gazua, encontrem algo positivo no endereço http://klavo.com.br. Klavo quer dizer chave em esperanto, a língua universal. Já que é moda a classificação, digo a vocês que esta é um chave do bem. Muita gente, querendo uma página ou até um blog na Internet me pergunta por artistas da informática com talento e competência. A resposta está neste endereço. Conheço dois dos profissionais que dirigem a equipe de programadores e designer, eles próprios profissionais de exceção – Karin Keller e Jadson Costa. Amostra do trabalho que fazem está na página. Como estão focados com planejamento de marketing, trabalham também com planejamento de marcas e identidade visual, o que deve interessar a agências de propaganda.

No “freezer”

Curioso o empenho de 24.500 reais, feito pelo Superior Tribunal de Justiça, para aquisição de um ultracongelador, com “capacidade de processar, no mínimo, 30 quilos de congelados e 50 de refrigerados por ciclo”. O que isso quer dizer, a gente fica devendo. Sempre é bom que as coisas se esclareçam. Com processos que às vezes levam décadas até serem deslindados, os maledicentes até podia sugerir maldades. O STJ especifica que a máquina destina-se ao restaurante. Que bom.Ela já é cega, imagine-se um resfriado que também a torne surda.

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