Há uma preocupação no ar em relação à crise do Senado: o que se esconde por trás dela. Todos os fatos que até agora vieram à tona, já eram conhecidos há tempo. Ficaram guardados no "freezer", como tempero de alguma oportunidade – surgida agora, na antevéspera das eleições de 2010.
A tática parece estar fazendo efeito. Já pipocam opiniões e "campanhas" para a extinção do Senado, como se corrupção não pudesse ser detectada na Câmara dos Deputados, evoluindo para o mesmo objetivo.
De chamar a atenção, a carta de um médico, publicada em jornal de Porto Alegre, concitando ao voto nulo, como primeiro passo para repreender os políticos e forçá-los a ter boa conduta. o fechamento do Senado. Depois disso, naturalmente, todo se converteriam ao Templo da Boa Conduta e nós poderíamos escolher os melhores. A oposição da Venezuela fez exatamente isso – absteve-se votar e deu a Hugo Chaves um Congresso em que ele tinha 100 por cento dos deputados. Foi como mudou a Constituição e tornou vitalícia a sua reeleição.
Paranóia ideológica? Palavrinhas incomuns estão na moda para dissimular esperteza políticas. Itamar Franco, ex-presidente da República, com a vivência de bastidores, chamou a atenção para a intervenção do presidente Lula nas questões internas do Senado, tanto apoiando a eleição de Sarney à respectiva presidência como pela engenharia para mantê-lo no cargo, tudo sob discordância da bancada do PT, mas com o objetivo deliberado de obter dividendos políticos com a desmoralização das instituições. Referências neste sentido estão sendo feitas por outras pessoas, incluindo colunistas de jornais do centro do país, todos concordando que há alguma coisa por trás da crise.