Pedro Simon foi o mais preciso de todos os interpelantes do chanceler Celso Amorim, ontem no Senado, quando ele lá esteve para explicar à Comissão de Relações Exteriores o problema com a Bolívia. Era necessário firmeza na atitude pública, para depois negociar as concessões no privado com Evo Morales.
Na diplomacia é assim. O que se diz externamente delimita a fronteira do que se vai negociar internamente. Simon não trouxe o exemplo, mas vale lembrar que Chamberlain cometeu em relação a Hitler o mesmo erro de Lula em relação a Morales e também a Hugo Chaves.
Os próprios alemães revelaram que, permanecendo as pressões externas, Hitler não teria invadido a Tcheco-Eslováquia. Se insistisse, seria deposto pelos generais e as probabilidades de um Segunda Mundial seriam muito pequenas.
Chamberlain foi a Munique com concessões anunciadas e voltou agitando um papelucho. Proclamou: “Trouxe a paz para o nosso tempo”.
Lula voltou de Foz de Iguaçu sem papeluchos, proclamando apenas que o preço do gás não vai aumentar para o consumidor.
Cada um na sua.
terça-feira, 9 de maio de 2006
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