quinta-feira, 25 de maio de 2006

Pêsames - Jayme Copstein

Ralph Hoffmann, de Porto Alegre, especialista em comércio exterior, chama a atenção para a irresponsabilidade do ´Governo, na tentativa de lograr a opinião pública e transferir às operadoras de telefonia celular o ônus pelo caos que reina nos presídios.
Hofmann imagina, como exemplo, uma fábrica de cutelarias, a Quality, que produzisse facas de excepcional qualidade, dos talheres de mesa aos instrumentos requintados dos mestres de restaurantes ou eficientes facões dos magarefes em abatedouros.
Em determinado momento, uma pesquisa revela que 35% dos assassinatos no país são cometido com facas. A pesquisa vai mais fundo: constata que 35% das facas usadas pelos assassinos são da marca Quality. Aí, demagogicamente, o Ministério da Justiça ordena que a Quality diminua a qualidade das suas facas.
Não é ficção de Hoffmann. Já não aconteceu o mesmo com as armas de fogo, cujo uso regulamentado deveria diminuir a violência? Ou a opinião pública já esqueceu o referendum que custou milhões à Nação, os mesmos milhões que estão faltando na educação e na saúde, mas sobrando nas cuecas do mensalão?
Não é ficção. É o que está acontecendo de verdade com a pressão do governo sobre as operadoras de telefonia para que, além dos celulares, operem o milagre de corrigir o abismo criado pela alienação, pela desídia, pela demagogia e pela grossa corrupção das autoridades.
Hoffmann manda pêsames à Tim, à Vivo e à Claro. Amplifique-se: pêsames ao Brasil.

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