sexta-feira, 5 de maio de 2006

Os milagres de Fidel - Jayme Copstein

Pois aí está: todos nós gostaríamos de saber a receita do milagre. Mas parece privilégio de poucos. De bem poucos.
Cada um de nós conhece muitas pessoas que trabalharam com dureza, de sol a sol, anos e anos a fio. Dão graças a Deus quando conseguem um cantinho de seu. Nada de luxo ou exuberante. Apenas um cantinho para ter onde cair morto.
Talvez em outros países seja diferente. Na América Latina é assim.
Agora, vejam: Fidel Castro, o guru da esquerda latino-americana, paladino dos fracos e dos oprimidos, também o ditador mais antigo do mundo, é dono de uma fortuna de 900 milhões dólares. Ou um bilhão e oitocentos milhões de reais.
Como Fidel Castro ganhou tanto dinheiro? É mais rico do que a Rainha Elisabeth II, da Inglaterra, cuja fortuna, acumulada ao longo de séculos, é um pouco mais da metade.
Deve haver algum milagre. Ao que se sabe, há 47 anos Fidel não faz mais nada a não ser governar a ilha com mão-de-ferro e pronunciar discursos quilométricos contra a espoliação dos pobres e a corrupção, muito idênticos aos que estamos habituados a ouvir cá por essas bandas.
Se dividirmos os 900 milhões de dólares pelo número de anos que Fidel está no poder, concluiremos que ele consegue poupar 1 milhão 595 mil 744 dólares por mês do seu salário de governante. O equivalente a mais de 3 milhões de reais por mês.
Em um país onde médico prefere carregar malas em hotéis de turistas, porque as gorjetas representam dez vezes mais do que o governo lhe pode pagar, trata-se de milagre.
Com toda a certeza.

2 comentários:

  1. Anônimo10:52 AM

    Não espanta, Jayme, porque é a regra para os ditadores (Getúlio, salvo nova descoberta, foi exceção). A fonte é a Forbes?

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  2. A fonte é a Forbes.
    Tens razão em enfatizar a respeito do Getúlio. Sequer os presentes que recebeu quando governou, levou para casa. Deixou tudo no Catete.

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