quinta-feira, 11 de maio de 2006

Estranhos silêncios - Jayme Copstein

Que estranho o silêncio do procurador da República, Luiz Francisco de Souza, notabilizado como ruidoso moralizador da Nação na era pré-Lula. Dele, que era o Catão da República, não se ouve sequer um suspiro de desalento diante da imensa roubalheira que enlameia a era Lula.
Exceção da revista eletrônica Consultor Jurídico (http://conjur.estadao.com.br/static/text/44218,1), que estranho, também, o silêncio geral sobre a intromissão de Luiz Francisco de Souza, para livrar o terrorista colombiano Cadena Colazzos, de supostos desconfortos do presídio da Papuda.
Cadena Colazzos, padre colombiano, estava no Brasil como porta-voz das Farc, as auto-intituladas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, legalizadas tacitamente pelo governo brasileiro. Acusado de homicídio em seu país, aguarda preso o julgamento do pedido de extradição. Como a Polícia Federal informou ao STF que não tinha condições para mantê-lo na carceragem, os ministros Carlos Ayres Britto e Gilmar Mendes ordenaram que fosse para o Presídio da Papuda.
Foi aí que o procurador Luiz Francisco, sem que lhe competisse, e também em flagrante desrespeito ao STF, com a conivência do promotor de Justiça e do juiz da Vara de Execuções Criminais de Brasília, conseguiu devolver o terrorista à carceragem da Polícia Federal.
O caso é muito sério. Afora a apuração das responsabilidades de Luiz Francisco, do promotor e do juiz, é preciso investigar também a súbita predileção pela carceragem da Polícia de Brasília. O que há ali, de tão bom, para levar um procurador da República a cometer um crime?
Vocês, contudo, não seja maliciosos. Pode ser uma questão de mera preferência. Fernandinho Beira-Mar, por exemplo, adorou o presídio de Belo Horizonte.
Foi de lá que ele fugiu.

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